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Como funciona a rastreabilidade do concreto?

Atualizado: 5 de fev.

Rastreabilidade tem sido uma palavra inevitável nos últimos anos em diversas áreas de atuação. No concreto, apesar de sempre ter sido primordial, passa a receber cada vez mais atenção, seja devido aos avanços da tecnologia, ao aumento das edificações e também às crescentes exigências no segmento.


Sim, nós "concreteiros" sabemos o quanto é importante ter rastreabilidade para a segurança das nossas operações. Mas dentro de um processo tão complexo que envolve tantos fornecedores, funcionários, empresas de serviços e sistemas de informação, quais são os níveis de rastreabilidade que devemos dar mais atenção?


Continue a leitura que nós vamos comentar todos os passos da rastreabilidade, seguindo as normas técnicas da ABNT!


Recebimento e testagem dos MCCs (Materiais Componentes do Concreto)


Os fornecedores desses materiais entregam em grandes quantidades para as concreteiras, sendo impossível realizar testagem total. Ao receber os agregados, por exemplo, deve-se verificar visualmente se há discrepância em coloração ou granulometria. Porém com cimento e aditivos esta prática também é inviável, vamos ver o que diz a norma:


Conforme a ABNT NBR12655 (norma de preparo do concreto), a concreteira deve possuir e apresentar, quando solicitada, os ensaios dos materiais componentes do concreto, conforme o lote utilizado para produção daquela carga em específico. Estes relatórios podem ser fornecidos pelo produtor do insumo, ou realizados pela própria concreteira na ausência do primeiro.


Bem, como se pode ver, a concreteira é a responsável por cobrar o fornecedor quanto aos ensaios dos MCC's, portanto recomenda-se que sejam firmadas cartas de compromisso com esses fornecedores, visando manutenção da qualidade e aviso prévio em caso de mudanças!


Rastreabilidade na calibração periódica das balanças na central


Conforme a norma ABNT 7212: "Deve ser efetuada a calibração dos equipamentos ao se instalar a central. Subsequentemente devem ser efetuadas calibrações em no máximo a cada seis meses ou conforme indicação do fabricante do equipamento. No caso de reposicionamento de uma central deve ser efetuada a calibração dos equipamentos.".


A calibração das balanças é a principal segurança em uma central de concreto: garantir que o concreto ensaiado em laboratório é o mesmo que está sendo entregue, e ao mesmo tempo evitar perdas de estoque. Ninguém quer entregar um concreto que fique abaixo da resistência, e ninguém quer notar uma perda gigante de cimento no final do mês, não é mesmo?


Além disso, as leituras das balanças também são enviadas para o sistema de automação (no caso de processos automatizados), desta forma de nada adianta um sistema super sofisticado caso a calibração não receba atenção devida.


Rastreabilidade da dosagem da carga


A norma 7212 também estabelece o desvio máximo nas dosagens em central, o qual varia conforme o material e capacidade da balança. Nos agregados e na água, por exemplo, o desvio tolerável é de 3% em massa, ou 1% da capacidade da balança; já para os aditivos é de 5% e para o cimento é de 1%, desde que a quantidade seja maior que 20% da capacidade da balança.


Caso esteja utilizando um sistema automatizado, este deve manter registros de pesagem de forma a garantir a rastreabilidade das cargas e identificação de desvios indesejados. Já quando não há automação, as pesagens manuais também devem atender os desvios toleráveis, além de registar a pesagem de cada material.


Neste momento é importante ponderar entre Precisão, Velocidade e Controle. A dosagem manual, por exemplo, costuma ser imprecisa, e de pouco controle, uma vez que o responsável deve anotar quanto de cada material foi colocado (prejudicando também a velocidade).


Os sistemas de automação, apesar de entregarem boa precisão, nem sempre atentam para a velocidade, e muitos entregam somente o básico em questão de relatórios (controle). Atualmente existem algoritmos que se recalculam a cada carregamento, visando maior precisão, além de sistemas como o Kmix Top-Go, que permite carregamentos em metade do tempo nas centrais Tow-go. E para ter controle total, nada melhor que um tratamento de dados nas ferramentas de Business Intelligence.


Rastreabilidade das entregas


Após a correta dosagem dos materiais através das balanças, todos os materiais são carregados no caminhão betoneira. Então se inicia uma nova etapa, que também requer muitos cuidados para garantir que o cliente esteja recebendo o produto e quantidade, no tempo desejado.


  • Muita atenção para a água neste momento: o sistema de automação irá informar a quantidade máxima a ser admitida após a dosagem, de forma a respeitar o previsto no traço. Esta água complementar pode ser colocada no dosador da central, e/ou ao chegar na obra pelo motorista - neste caso deve haver um registro rigoroso de tais quantidades. Caso a quantidade máxima seja ultrapassada, a responsabilidade é da concreteira, e caso insista, o cliente deve assinar um termo de responsabilidade.

  • Sistemas de rastreamento veicular também são muito importantes nesta etapa: todos sabemos que o concreto é perecível, então a concreteira é responsável por esvaziar o caminhão na obra em até 150 minutos após a primeira mistura de água com cimento. Além disso, é importante garantir que o veículo não faça nenhum desvio da rota (tanto no trajeto de ida quanto no trajeto de volta), garantindo assim que a quantidade entregue ao cliente seja respeitada, bem como a qualidade do produto. Outro ponto importante é que o motorista não faça descargas irregulares no caminho de volta, evitando problemas ambientais ou comercialização ilegal do seu concreto;

  • Nós fornecemos sistemas de rastreamento de frotas: Kartrak Fleet, consulte nossos benefícios.

Rastreabilidade no canteiro de obra


Para obras que consomem diversas cargas de concreto, como a concretagem de uma laje ou piso de grande extensão, por exemplo, cabe à equipe da obra realizar um mapeamento do local de descarga de cada betoneira. Desta maneira, caso haja alguma patologia na região, é fácil identificar qual foi a carga problemática.


Controle tecnológico do concreto


A testagem amostral do concreto não deixa de ser mais uma rastreabilidade e garantia do concreto. Como sabemos, as concreteiras devem retirar amostras de concreto para verificação da resistência final, na quantidade de dias determinados pelo engenheiro responsável e seguindo as normas NBR 16886 e NBR 5738.


Em operação contínua, por exemplo, devem ser colhidas amostras a cada 50 m³ ou, no mínimo, uma amostra por dia de operação. Já em casos de obras especiais de grande responsabilidade, pode ser estabelecida quantidade maior de amostragens.


Se você chegou até aqui, certamente entendeu um pouco mais sobre os passos que envolvem a rastreabilidade do concreto. Agora mãos à obra! Onde você pode melhorar para garantir a melhor gestão da sua concreteira e o melhor produto para o seu cliente?


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